07/ 02/ 2011
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, esclareceu nesta segunda-feira (07/02) que o prazo de conclusão da primeira etapa de obras do Projeto Iguaçu foi ampliado para o final de março, devido às fortes chuvas que atingiram a Região Serrana no mês passado.
Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida do Estado, o programa de controle de inundações e de recuperação ambiental da Baixada Fluminense terá R$ 860 milhões em investimentos até 2013, para obras de infraestrutura e realocação de moradores das áreas ribeirinhas.
Segundo Marilene Ramos, entre 2007 e 2010 foram investidos mais de R$ 400 milhões, metade em recursos federais e o restante proveniente do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). As próximas intervenções terão aporte estadual de R$ 80 milhões, já em fase de licitação e com previsão de serem finalizadas em aproximadamente 50 dias.
- Ampliamos o prazo para março, com mais R$ 210 milhões do Governo do Estado. Recebemos do PAC R$ 180 milhões, mas como houve diversas cheias por conta das chuvas, tivemos que incluir novas áreas – disse a presidente do Inea.
Marilene garantiu também que não há atraso nas obras. Tanto que, apesar dos índices pluviométricos terem atingido picos incomuns na Serra, o que interfere no fluxo das águas dos rios da Baixada Fluminense, as obras já realizadas permitiram que os leitos resistissem bem à situação extrema. Em Friburgo, o sistema de Alerta de Cheias do Inea chegou a registrar 298mm de chuva no período mais intenso.
As obras do Projeto Iguaçu, iniciadas em 2008, no entanto, têm resultado na melhoria das condições de infra-estrutura urbana e habitação para cerca de 3 milhões de moradores dos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu, e dos bairros de Bangu e Senador Camará, na zona Oeste da Baía de Guanabara, locais antes frequentemente atingidos por enchentes.
Na primeira fase, obras de macro e mesodrenagem nas bacias dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí, de afluentes e canais contribuintes retiraram 3,5milhões de metros cúbicos de sedimentos dos leitos, além de lixo flutuante e pneus. O programa também inclui a construção de parques de orla, cujo objetivo é ocupar as margens dos rios com áreas de lazer e ciclovias de modo a evitar a reocupação por moradias sem infra-estrutura adequada.
Três desses parques já foram concluídos e entregues a população: O parque São Francisco, na margem do Rio Sarapuí, em Mesquita; o do Bairro da Viga, no Rio Botas, em Nova Iguaçu, e o da Avenida Beira Rio, à margem do Rio Machabomba, em Belford Roxo. Os parques são compostos ainda pelo replantio da vegetação ciliar, novo calçamento, ciclovias e áreas de lazer, com quadras poliesportivas e brinquedos para crianças.
O Projeto Iguaçu também inclui a desobstrução e substituição de pontes e a construção de travessias, diques e comportas com objetivo de evitar o transbordamento dos rios. Já foram concluídas e entregues, três pontes sobre o canal do Outeiro, uma na Avenida Joaquim da Costa Lima, as outras duas nas ruas José Carlos Ribeiro Lopes e Castro Alves, todas em Belford Roxo. No mesmo município foi construído e inaugurado ainda o Polder do Outeiro, um sistema de comportas e diques com objetivo de controlar a vazão do rio Iguaçu.
Ainda no âmbito do Projeto foi construída uma estação de bombeamento composta por cinco bombas importadas da Suécia, com capacidade para bombear 7.200 l/s, uma usina geradora, com três geradores a diesel, cada um com capacidade de 450kVA (potência híbrida), e uma subestação elétrica com potência de 1000kVA, com dois transformadores de 500kVA cada, também como medida de controle às enchentes.
A estação tem a função de retirar o excesso de água da área-pulmão (área alagável) do Canal do Outeiro, extravasando para o Rio Iguaçu, de modo a aumentar a velocidade de escoamento das águas em caso de chuvas intensas. Embora a área-pulmão disponha de 1 milhão de metros quadrados e a função de acumular água, o bombeamento é mais uma medida preventiva para evitar que em caso de excesso de chuvas haja transbordamentos do rio Iguaçu e afluentes.
Para prevenir contra queda de energia, que normalmente ocorre durante as tempestades, o sistema dispõe de uma subestação elétrica com potência de 1000kVA, que garante seu funcionamento mesmo em caso de corte no fornecimento. A estação fica na Avenida Presidente Kenedy, s/n°, próximo a ponte sobre o Rio Iguaçu, no bairro Lote XV, entre Belford Roxo e Duque de Caxias.
O Projeto Iguaçu ainda inclui o reflorestamento de áreas de nascentes dos rios, a renaturalizando de cursos d’água e o reassentando moradores das áreas ribeirinhas por meio de compra assistida, ou seja, as famílias recebem recursos para adquirir um novo imóvel com a supervisão do Estado. Segundo o Plano Diretor Iguaçu, o controle de inundações na Baixada Fluminense demanda investimentos da ordem de R$ 1 bilhão em valores atuais.
Link: http://www.inea.rj.gov.br/noticias/noticia_dinamica1.asp?id_noticia=1142
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quantos metros vai ter que ser retirados??
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