quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tumulto, Reclamações e muitas dúvidas marcaram a última reunião do Projeto Iguaçú no Lote XV em Belford Roxo.

- Discussões, ânimos alterados e muitas perguntas marcaram a última reunião do Projeto Iguaçu (PAC) que aconteceu no salão Paroquial São Simão localizado no centro do Lote XV, na ultima segunda-feira 21/06. O Salão Paroquial ficou lotado, aproximadamente 400 pessoas compareceram ao evento, que tratou principalmente da questão habitacional entre outros assuntos pertinentes ao andamento das obras do PAC nas regiões dos bairros do Lote XV, Pq. Amorim, Jardim Brasil, Juremão, Vale do Ipê e adjacências.
Padre Bruno mais uma vez participou do processo, ele realizou a abertura das discussões falando de seu posicionamento com relação as lutas populares em nossa região, ele se mostrou mais uma vez sensibilizado com as famílias e se colocou a disposição para ajudar sempre que for solicitado pelos moradores de toda nossa região, diga-se de passagem, que “esse é um homem de garra”.
Após Solange Bezerra (INEA) iniciou sua apresentação falando sobre as próximas etapas do processo de reassentamento das famílias cadastradas pela Ong Bento Rubião e que moram nas proximidades do Rio Iguaçu e do Canal do Outeiro. Ela informou que a partir de 2º feira 28/06 a DIALOG começará a fazer contato com as famílias para realizar avaliação do imóvel dentre outros procedimentos previstos no processo, também informou que cada família receberá uma copia da planta baixa do apartamento a ser construído no Lote XV, deixou mais uma vez bem claro que o processo de avaliação é individual devido à realidade em que se encontram cada família, ou seja, cada caso será tratado baseando-se na negociação que será proposta pelo governo do estado e que está previsto no decreto estadual, ela também disse que as famílias que optarem por não aceitar o aluguel social e aderirem ao contrato de responsabilidade do governo em reassentar a família em outro imóvel de valor compatível ao seu ou em alguns casos de “Indenização”, poderão optar por aderirem ao “Contrato de Negação” onde constará que a família optou por não ser removida temporariamente para o aluguel social enquanto aguardaria a construção do conjunto habitacional que tem data prevista para início das obras no mês de Julho/2010 e prazo de construção de 6 meses (previsto no projeto executivo), ou seja, segundo o governo do estado, a família isenta o governo do estado da responsabilidade quanto a possíveis prejuízos (danos) materiais ou não que poderiam sofrer durante o tempo que permaneceriam no local enquanto sua situação não fosse resolvida, pois as obras dependem, para continuar, da retirada destas casas, e como existe a possibilidade de a região ser novamente surpreendida com chuvas recorrentes de 20, 30,50 ou 100 anos (como podemos ver nesta semana nos noticiários falando sobre as Inundações nas cidades de Branquinha, União dos Palmares (PE) entre outras cidades). Precisamos entender a gravidade e seriedade quanto ao posicionamento a ser tomado.
Nós do CLA/Lote XV, entendemos que todas as famílias, cadastradas ou não , precisamos refletir muito a respeito deste momento em que vivemos, alguns comentários observados durante a reunião no Lote XV. Feito por morador não identificado, questionava de o porquê o governo não realizava as obras, mas deixava as famílias no mesmo local. E nos perguntamos, “será que as pessoas não compreendem o risco que estão correndo”, será que não entendem que um “POLDER” é um lugar natural de alagamento, e que não há obra de engenharia “ que mude isso. Precisamos buscar informações concretas e reais, chega de ouvir “ especulações”, pois caso venha acontecer algo de ruim devido a sua decisão, não seja tarde demais parar se culpar. Entendam que nós do CLA/Lote XV não estamos isentando o governo de quaisquer responsabilidades, pelo contrário, mais acreditamos que nossas decisões e atitudes neste momento poderão refletir diretamente ao nosso futuro, ou seja, de nossas famílias (os que amamos), precisamos refletir sobre isso.

O engenheiro João Batista falou sobre os próximos procedimentos que já estão em andamento na região do Parque Amorim e Jardim Brasil, descreveu a necessidade das obras na região que é o de construir “bolsões”, ou seja, áreas de alagamento que desviarão as águas, em caso de chuva forte, para que não atinjam de forma excessiva a zona urbana e venham a causar danos mais graves. Ele demonstrou no DataShow o mapa da região que consta os locais das intervenções.
Após foram abertos períodos de perguntas onde os moradores da região puderam externar suas dúvidas, alguns dos moradores que falaram o Sr. Luciano (Pq. Amorim), Jorge (Pique. Amorim), Vera (Vila Alzira), Pastor Leônidas (Jd. Planície), Sandro Martins (Juremão) entre muitos outros moradores que apontaram suas preocupações, receios e dúvidas quanto as obras, ao reassentamento, ao aluguel social dentre outras dúvidas.

Rogério Gomes do CLA/Lote XV, informou que os comitês haviam entregue ao governo do estado Relatórios de Avaliação dos últimos 3 meses e que contava as novas Demandas e Reclamações da região, também fez um breve comentário sobre o posicionamento e providências tomadas durante as enchentes de 2009/2010, foi verificado mais uma vez que alguns moradores ainda não estavam acompanhando o processo, pois alguns se mostraram “desinformados” e com isso dificultando um pouco o andamento da reunião. Rogério falou que a desinformação e desinteresse de alguns moradores têm sido um dos principais empecilhos para o projeto, e disse que é preciso parar de ouvir “conversas de rua” e “informações infundadas” e buscar as informações de modo correto, apontando os comitês locais (CLAs) e os telefones do INEA/SEA responsáveis pelas obras do Projeto Iguaçu como os meio corretos de obterem informações e se mostrou solicito a todos que buscarem informações.
Estiveram presentes na reunião pelo INEA a Sra. Débora, Solange e Engenheiro João Batista, Suyá (FASE), Padre Bruno (Paróquia São Simão), Rogério Gomes (CLA-LoteXV), Reginaldo (CLA-Vale do Ipê) e da DIALOG Sra. Ana Carolina, Francisco e Thiago , também estiveram presente representantes do Consórcio Rios da Baixada.

Um comentário:

  1. Nova Iguaçu não merece tanto descaso.

    Em primeiro lugar parabenizamos por vocês conseguirem agregar 400 pessoas neste evento, sabemos o quanto é difícil tamanha tarefa. Sobre esta opção das famílias aderir ao ”contrato de Negação” isentando o governo do estado, acho uma posição muito cômoda e cara de pau, sugiro as pessoas estudar a fundo esta proposta de preferência ao lado de um bom advogado, antes de assinar qualquer coisa.

    Aqui em Nova Iguaçu o atraso das obras é gritante, vergonho e revoltante! Nada de concreto foi realizado até presente data, a nascente do Rio Botas está largada as “moscas” e tudo indica que ficará excluida das intervenções, por pura negligencia e incompetência dos gestores deste projeto. Dinheiro existe, mas onde realmente estão sendo aplicados?
    É muita conversa, muita politicagem e blá blá blá, o Ministério Público deveria intervir com mais rigor neste controle. Fato é que este Projeto deveria ser executado na sua totalidade, como consta em Edital, sempre defenderei esta posição.
    Alcy Maihoní
    Diretor do MAB
    e Membro do CLA/BOTAS/DANON–N.IGUAÇU
    blog: uniaodanon.blogspot.com

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