REGIÕES DA BAIXADA TEM "ALERTAS DE ALTO RISCO DE INUNDAÇÃO" A DÉCADAS

Mapa de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundação: município de Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

BRASIL
- Cerca de 25% da área urbanizada de Belford Roxo (RJ) está em área de alto risco, segundo o estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB)

Um estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB), realizado em dezembro de 2013, classifica com alta sustentabilidade as inundações a região do Rio Botas, em Belford Roxo (RJ)

Até esta segunda-feira (15), 12 mortes foram confirmadas no Rio de Janeiro e um homem está desaparecido, devido aos temporais que atingiram o estado neste final de semana, segundo as informações da Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec).

Com base na vulnerabilidade apontada pelos estudos, a CNN questionou a Prefeitura de Belford Roxo, a Defesa Civil e o governo do estado sobre medidas adotadas para prevenção de eventos como esse e ainda não teve retorno.

Cabe perguntar o que as autoridades fizeram com essas informações para reduzir o risco a que a população das duas cidades está exposta. Em diversos casos, as informações estão disponíveis. É necessário que elas sejam utilizadas”Pedro Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).

Mapa de suscetibilidade de inundação: Trecho Canal do Outeiro Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

O relatório, revisado em 2015, a que a CNN teve acesso, mostra que cerca de 24% da área urbanizada de Belford Roxo (RJ) está sob alto risco de inundações. O alerta é para inundações de até 2 metros em relação à borda da calha do leito regular do curso d’água. São cerca de 14,38 km² com alto risco. Outros 15% da área urbanizada está em áreas de médio risco.

Os solos das áreas de alto risco foram identificados como hidromórficos — estão sujeitos à alternância natural de períodos de alagamento. Ainda há o alerta de influências da maré nas inundações.

O mesmo solo foi predominante em Duque de Caxias, onde mais de metade da área urbanizada do município foi classificada com alta suscetibilidade para inundações, com alturas de até 5 metros. O município também está em “risco hidrológico muito alto”, segundo a Defesa Civil do estado.
Obras de prevenção de riscos de desastres

O Ministério das Cidades informou, nesta segunda-feira (15), que tem como prioridade nesse início de ano avançar com a seleção dos projetos de drenagem e de contenção de encostas para prevenção de riscos nas cidades brasileiras.

Mapa de suscetibilidade de inundação: Trecho Rio Botas Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

O ministro Jader Filho destacou que o Rio de Janeiro recebeu autorização no final do ano passado para início de oito obras de contenção de encostas, em um investimento federal de R$ 330 milhões, além de seis empreendimentos de drenagem, totalizando R$ 375 milhões.

O estado, novo PAC Seleções, recebeu mais de R$ 660 milhões em novas propostas para obras de contenção de encostas e de R$ 7,8 bilhões em propostas para drenagem urbana. No momento, a equipe técnica do Ministério das Cidades está em fase de análise.

O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) informa que está acompanhando as condições meteorológicas e os níveis pluviométricos.

Confira as cidades em risco:Risco hidrológico muito alto: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti.

Mapa de suscetibilidade de inundação: Trecho Rio Botas Heliópolis Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

Risco hidrológico alto: Itaperuna, Petrópolis, Laje do Muriaé, Teresópolis, São Gonçalo, Japeri, Queimados, Seropédica e Niterói.

Risco geológico alto: Seropédica, Rio de Janeiro, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Magé, Duque de Caxias, Belford Roxo, Paraty, Angra dos Reis, Teresópolis, Maricá, Paracambi, Niterói, São Gonçalo, Japeri e Queimados.

De janeiro de 2023 a 1º de janeiro deste ano, 1.256 municípios brasileiros foram reconhecidos em estado de emergência pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) apenas por desastres naturais ligados a temporais, de acordo com levantamento feito pela CNN.

De 1916 até este ano, o Brasil já teve um prejuízo público na ordem de R$852,74 bilhões devido a desastres naturais de todos os tipos.

Apenas no estado do Rio de Janeiro, 19 municípios foram reconhecidos em emergência, com impacto em 1 milhão e 896 mil habitantes. No estado 52 casas foram destruídas e mais de 14 milhões danificadas — mais de 1.425 pessoas foram desabrigadas. Foram registradas oito mortes e 37 pessoas ficaram feridas.

Fonte: CNN
Referencias: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/chuva-no-rio-lugar-onde-mulher-desapareceu-tem-alerta-de-inundacoes-ha-10-anos/

https://www.sgb.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Prevencao-de-Desastres/Cartas-de-Suscetibilidade-a-Movimentos-Gravitacionais-de-Massa-e-Inundacoes---Rio-de-Janeiro-5082.html

https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

Rogerio Gomes - Controle Social Projeto Iguaçu/PAC

Ex-coordenador Geral da Comissão Executiva do Fórum Regional de Controle Social do Projeto Iguaçu/PAC e Representante do CAO/LOTE XV - Comitê de Acompanhamento e Fiscalização das Obras do Projeto Iguaçu na Região do Rio Iguaçu - Bairro Lote XV - Belford Roxo - RJ - BRASIL

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