MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AUMENTO DE 20cm no MAR COLOCA MILHÕES EM RISCO NO RIO E NA BAIXADA FLUMINENSE


RIO DE JANEIRO - Mudanças climáticas poderão impactar de forma severa o Rio de Janeiro

O aumento da temperatura é a principal ameaça, com níveis de calor acima de 45 graus, principalmente na Baixada Fluminense e na área do Porto

O aumento da temperatura na cidade do Rio de Janeiro é uma das principais ameaças da intensificação das mudanças climáticas, segundo aponta um estudo sobre risco climático realizado pela Ramboll, consultoria multinacional especializada em engenharia e projetos multidisciplinares, que vem trabalhando em um projeto de requalificação da área central da capital fluminense.

“O aumento da temperatura será o ponto mais ameaçador, por sua constância no tempo e pelos níveis insustentáveis de calor acima de 45 graus Celsius. A região da Baixada Fluminense até o Porto deverão ser as mais impactadas”, afirma Alejandra Devecchi, gerente de Planejamento Urbano da Ramboll.

A concentração de calor, segundo a especialista, está diretamente associada à ausência de vegetação urbana. “A urbanização informal muito presente neste eixo da cidade, na forma de parcelamentos do solo irregulares, sem que haja a destinação de áreas públicas, leva ao excesso de densidade construtiva e à falta de áreas permeáveis e de arborização, criando locais de concentração de calor”, explica Alejandra. “Por isso, a melhor ferramenta de amenização do calor é a arborização urbana.“

Já o aumento do nível do mar, resultado das mudanças climáticas globais, terá impactos mais severos nas áreas da foz dos rios, embora não seja possível estimar o momento em que isso ocorrerá. “As mudanças climáticas vêm se intensificando e gerando uma grande imprevisibilidade sobre quando os impactos ocorrerão”, destaca Alejandra.

Ela observa que o efeito mais preocupante, na vida da cidade, causado pela elevação do nível do mar, é a intrusão salina na foz dos rios e o comprometimento dos ecossistemas associados aos corpos hídricos. Os sistemas de infraestruturas que lançam efluentes no mar podem sofrer sérios impactos por conta do possível refluxo que acontecerá se o nível do mar aumentar.

“À medida que a água do mar avança na direção dos exutórios dos rios, pode ocorrer um processo de salinização dos rios, afetando o abastecimento de água, e também a rede de esgotos e a infraestrutura de drenagem”, alerta a especialista da Ramboll, ao ressaltar que, “nas áreas centrais, estas infraestruturas são centenárias e não foram pensadas para o equacionamento deste tipo de problema”.

Este cenário requer medidas em diferentes áreas, segundo a gerente de Planejamento Urbano da Ramboll, ao citar a necessidade de se repensar os sistemas de macrodrenagem e suas conexões com o mar, bem como os sistemas de saneamento; de se construir diques nas bordas d’água com eventuais bombeamentos – a exemplo de iniciativas realizadas nos Países Baixos, na Europa -, e de se impedir construções subterrâneas como estacionamentos.

”É importante que estas diretrizes sejam consideradas ao se pensar o planejamento urbano do Rio de Janeiro e de outras cidades costeiras do País que se deparam com as mesmas ameaças”, completa a especialista da Ramboll.

Segundo estimativas divulgadas na última terça-feira (28/11) por um projeto que envolve o Programa da ONU para o Desenvolvimento e agências especializadas, o impacto da elevação de temperaturas nas inundações costeiras aumentará cinco vezes ao longo deste século, colocando mais de 70 milhões de pessoas no caminho da expansão das planícies aluviais.


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O jogo de empurra para ver quem é mais culpado entre prefeituras, governos estaduais e federal acaba mascarando que temos um sistema que privilegia o lucro acima das vidas, sem um plano real de infraestrutura e planejamento urbano, atendimento e prevenção a tragédias ambientais assim como a falta de um Estado que ampare a população mais pobre financeiramente e com serviços de saúde e assistência social.

Fonte: G1/EcoDebate - Arquivo - Editado
Link: https://www.ecodebate.com.br/2023/12/13/mudancas-climaticas-poderao-impactar-de-forma-severa-o-rio-de-janeiro/

Rogerio Gomes - Controle Social Projeto Iguaçu/PAC

Ex-coordenador Geral da Comissão Executiva do Fórum Regional de Controle Social do Projeto Iguaçu/PAC e Representante do CAO/LOTE XV - Comitê de Acompanhamento e Fiscalização das Obras do Projeto Iguaçu na Região do Rio Iguaçu - Bairro Lote XV - Belford Roxo - RJ - BRASIL

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